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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Os bem vividos Bons Tempos da Infância na inesquecível cidade de Buriti de Inácia Vaz

De pé da esquerda para a direita e sentados[1]


Aconteceu neste sábado, 15 de outubro, coincidência ou não, no dia do professor, quem sabe isto possa dizer algo mais. Na casa do Barão do Turu, como carinhosamente é chamado pelos seus amigos íntimos, o sempre disposto a colaborar com o próximo, palavras do próprio ARMANDO VILAR. A prova disto foi a recente campanha liderada por ele com a finalidade de arrecadar fundos com vistas a ajudar a conterrânea Linete acometida de doença grave.

Sentados interangindo

O mais esperado, decantado e desejado encontro do Coletivo: BONS TEMPOS DA INFÂNCIA, gestado apenas Bons Tempos, pelas mãos de América Carvalho e Erinalda Dutra, idealizada no balanço dos Trepidantes, por Helena, Ritta e João. Teve o nome alterado em duas oportunidades, mas permanecendo assim. O congraçamento ocorreu em clima quentíssimo é bem verdade, com a colaboração literal da natureza quente da sempre receptiva e aconchegante ILHA DO AMOR, de antanho conhecida como dos poetas, hoje das pedradas caribenhas do reggae.

A ora comunidade zapiana foi inspirada, claro nas já existentes, mas diga-se da peculiaridade desta, o desejo de reviver os tais bons tempos de infância dos buritienses desgarrados, nascida a 13 de julho, no embalo das festas de SANT'ANA, prematura precisou ser cuidada, recebeu alta em seguida, deu seus primeiros passos já nos dias 23 e 24 do mesmo mês, auge da festança santaniana, tradicional festa da AMIB - Associação dos Amigos de Buriti, consolidou-se em finais de agosto. Sábado, no Turu, explodiu. Foi um sucesso só.

O evento contou com participação presencial excepcional. Os manos: Deusaniro Júnior, Denilson e Naildes vieram da Capital Federal, Lina Júlia de Teresina e Rosimar da Terrinha. Sem contar com as presenças virtuais ativas dos irmãos Toninho e Helena Dutra, também de Brasilía, Raimundinho e Dino, de Fortaleza no Ceará, com suas intervenções online. A Helena não parava de falar no RABO, de tatu. Seria o da Maria do Cazé? Agora da Dorizete sua filha, ou outro tão bom quanto.

Motivos são tantos que não há palavras para designar a significação das impressões emocionais gravadas no fundo da memória, nos mais recônditos lugares, dos cinco sentidos (audição, tato, visão, olfato e paladar), de cada um dos buritienses exilados nalgum canto do Brasil, vividos em terras buritienses. Transbordando numa desmedida irmandade solidária demonstrada nesse sensacional ENCONTRO do dia do professor.

Do que se percebe pelas falas digitais é de uma satisfação imensa de se confraternizar, imagine o que se passa nas lembranças emocionais introjetadas em cada um, como já se disse, é uma situação indescritível. Dilmo Filho e Armado Vilar dão conta de quase tudo de Buriti, do banho do Morro ao do Tubi, das festas do Cine Teatro as da União Artística, dos namoros que ali ocorreram, das ruas e praças, de um sem número de pessoas e de detalhes da época. Todos contribuem com belas lembranças, mas esses dois são bons de memória.

A título de exemplo Armando está com a palavra: "Hoje eu concluí que estou em grupo errado, vocês estão falando de tanta gente que nunca soube da existência deles. Bugi? Lazarina, pachola? Narcisio (gordão), suvaco da jumenta,  Dadô, carrocel do João Queiroz, na época de julho, loja do Sr. Euclides no mercado, bar do Aidil, mercearia do Sr. João Biné, rapadura do Sr. Alexandre, no Cajueiro, Rua da bosta, Caipora, Juarez doido, Ze Fulô, Batu, lamparina, bileira, centina, pinicos, Sr. Quequê, Eliezer "biturando" dente, Antoin Pedin, Kilara fazendo rabuçada, Sr. Paulim, tocando os pratos da banda, Antônio Ventura, solto nas ruas, Padre Julio, Maria Dalva, Nonatois (Nonato doido), bolo da Maria Clemente, Pacote, com suas bicicletas, Neném Gavião, Pipiu, Carmoza, me desculpa, realmente não conheço nada, não sou desse tempo, sou da época da Maria Rola, pra cá.”

A vez é do Dilmo Filho: "Bem ali, onde hoje é a farmácia  do Benedito do Bena, em 1971, o Chico Mundoca  e  o Joaquim  inauguraram uma lanchonete, meu amigo, bombava,  cheia só por causa de um liquidificador, estabelecimento novo, vários do grupo eram vistos lá, cada pança maior do que a outra. – Tivemos também grandes duelos, verdadeiras lutas de box Afonso x Domingos do Dr. Durval, na Praça Felinto Farias o outro Adilzinho x Benevenuto, Praça Constâncio Carvalho, isto em 1976.”

Deusanirinho não fica atrás: "Bom dia a todos relembrando os banhos de chuvas nas biqueiras, a boaite do Sr. Tuniquim, o futebol com bola de mangaba, a juçura e cambica de Buriti com farinha, a manga verde com sal e pimenta do reino, os banhos no riacho do tubi, as histórias contada com capítulo e suspense pela Dona Alda (lembra Helena?), os desfiles de sete setembro com suas surpresas, a castanha de caju assadas no tabuleiro, os pés de amendoeiras da praça Matriz, colégio e prédio tradicional Antônio Faria e o Cármen Costa."

Foi nesse clima gostoso de se ver que aconteceu em São Luís, o primeiro encontro da mais nova comunidade buritiense com ancoragem na plataforma digital WhatsApp, carregado de muito afeto e apego as coisas deliciosas vividas na Terrinha, contou com a presença física da maioria do grupo e foi regada aos sabores da culinária típica do Maranhão.

Por Reginaldo Veríssimo



[1] De pé da esquerda para a direita: Lina, sobrinho de Patrícia e namorada, Rosimar, Ana Lúcia, Rosa Bacelar, Galiléia, Deusanirinho, Denilson, Terezinha, Ednólia, Dilminho, Daniel, Erinalda, Naildes, Rose Manchado, Rogério Queiroz, Assunção, Penha. Sentados na mesma formação: Bom, Patrícia, América e Armando.


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sábado, 11 de junho de 2016

Casa de Luísa em 07 atos

Dona Luiza, a matriarca sentada ao pé da escada da sua casa nova.
Ato 01
A casa de D. Luísa França, em Santo Antonio dos Lopes, cidade do Médio Mearim maranhense, cheia com a visita dos filhos, oito ao todo, netos oficiais são dez, a rotina ao amanhecer se altera e mais ainda se a visita inclui seu primogênito, o Júlio César, para ele invariavelmente tem preparada uma galinha caipira ao molho, os outros filhos não se importam com isso, uma bobagem, mas se aproveitam da situação, reclama Júlio, pois quando se senta a mesa para comer a penosa só encontra os pés, as asas e o pescoço e olhe lá se demorar nem isto. Rotineiramente a D. Luísa acorda às sete horas, mas com esta visita especial, levanta as seis da matina, para preparar as guloseimas.
Irmãos: Jadiel, Walter, Júlio César, Sebastião, Richard e Wagner.

Frnci, Walter, Júlio Filho, Neide, Júlio César e Bati França (pai da turma).

Yuri, Denize, D. Luiza, Jadiel e Richard.
Ato 02
Assim, os trabalhos na cozinha começam mais cedo, os quitutes que dali saem tem características especiais, o café é reforçado, bolo a lá Luísa, cuscuz, ovos caipira, leite in natura da fazenda Pau Ferrado, tirado de madrugada  pelo Raimundo Zoada, também apelidado de Ajeita, cognome que ganhou de um ex-vizinho, o Sousão, irmão de D. Luísa, já falecido, Zoada ou Ajeita, tanto faz, nisto aceita de bom grado, não se altera, a não ser que a conversa estique e especule sobre as apostas dos jogos de bilhar ou sinuca como quiserem chamar, a sua cachaça predileta. Nisso não aceita opinião, por pouco puxa logo o facão.
Jadiel (primeiro plano).
Ato 03
O Ajeita é uma figura a parte, traz o leite logo cedo, entra de supetão com seu vozeirão grave de locutor de FM, fala quase gritando, não toma chegada esteja quem estiver, esperto sabendo que tem visitas dos filhos, exclama: - mamãe taqui o leite, se dirigindo a Matriarca, e logo emenda, - cadê os meninos? D. Luisa responde, - estão dormindo, eles chegaram tarde da rua. Continua ele, - ah! Eu acordo cedo, hoje já plantei feijão, lavei minhas louças tirei o leite. Para reforçar sua gratidão, narra: “um dia me candidatei a vereador, fui pedir votos para minha família, meus sobrinhos não me aprovaram, então a minha família é esta que me apóia”, se referindo D. Luísa, a mãe de conveniência. “O Jadiel seu filho, me filiou no partido dele e disse, tu vais ser candidato a vereador”. E tasca mais uma, agora em referência a situação política do país: “agora estamos governados pela ditadura, nessa crise vai dar é muita mulher cantando a gente, por isso que gosto do Pau Ferrado, venho aqui e volto logo, as meninas chegam lá disfarçando pedindo goiaba e a gente que não é besta aproveita”.

Na cozinha: D. Luiza e as filhas, Bastira de costas e Denize ao fundo.
Ato 04
Voltemos a hause da história, D. Luisa satisfeita com a presença das suas duas filhas Denize e  Bartira,  esta última por ter nome incomum não morre de amores por ele, já até teve vontade de trocá-lo. Então as irmãs são arrastadas para a cozinha. Formado o trio Luísa, Denize e Bartira, elas se entendem, no final a comida sai redonda, mas sem antes deixar de lado um tanto de perrengue, uma diz, “mamãe se sente”, ela faz que não ouve. Aí D. Luísa fala, “esta panela tá seca põe água, vê se tá boa de sal”? Ela mesma pega a colher grande dá uma mexida, pinga na mão, dá uma lambida, degusta não fala nada, mas pelos gestos aprova o sabor produzido a seis mãos.

Ato 05
Deixei-as um pouco fui para a sala, frente à televisão, celular na mão, nu da cintura para cima, pés descansando noutra cadeira, tentando minorar os efeitos de uma picada do aedes egypti que transmite o vírus da (chikungunya, dengue, febre amarela e zika), no meu caso acho que é a primeira são seis meses para sarar. Assim me restou observar o movimento da casa. Não sei se vão gostar do que digo. D. Luísa senta ao lado com o jornal "O Estado do Maranhão" na frente dos olhos, que logo abandona, começa a explodir foguetes dos festejos da Rua Santa Madalena, D. Luísa assunta e exclama: "começou o tiroteio" se levanta em seguida, entra no quarto e retorna para cozinha. Retoma o comando das panelas, aponta para uma delas, Bartira tira este arroz daqui bota para ali, qual? Pergunta a filha, que logo atende a ordem. D. Luiza não perde o prumo, trabalha de olho no relógio, interroga ela, já são onze horas? Ninguém responde, a lida prossegue, vê-se que está preocupada. Nada pode falhar, o almoço deve sair na hora. Afinal o Júlio César, como ela gosta de chamá-lo não pode reclamar.
 Fazenda Pau Ferrado (recreio).
Ato 06
D. Luísa tem seus macetes, é dura com os que lhe cobrem no cotidiano, racional e prática ao extremo, sua franqueza beira ao irracional, se duvidar até deputado leva corretivo, mas é em torno dela que a roda gira, pelo menos na sua casa, seu espaço de trabalho não é um escritório chique, tampouco um balcão comercial. O que ela gosta mesmo e da cozinha, por isso, este local está sempre cheio de gente, é lá que recebe os filhos e sua vasta clientela, os pedintes, os que lhe inteiram dos fatos da cidade. Os negócios são fechados ali, principalmente a fazenda Pau Ferrado de onde é administrada. Boa cabeça, não anota nada, não vai pessoalmente ao comércio local fazer compras, mas o que dizer de seus auxiliares afinam as canelas do vai e vem, mesmo assim ela sabe de todos os preços dos insumos que utiliza, ainda indica o fornecedor mais em conta, negocia um desconto como ninguém, é uma verdadeira empreendedora já foi dona de hotel. Não sei como vai se virar na nova casa, recém construída pelos filhos, em que, seu ambiente de trabalho, a cozinha foi fisicamente reduzida de tamanho, local sagrado para ela.
Anagilson em primeiro plano.

Wagner e sua esposa Alessandra.
Ato 07
Labuta da manhã encerrada, a visitação reflui, tirante o Zeca Perneta ou bigode de arame, que realiza algumas tarefas da casa, a tempo se despediu. Dá uma hora da tarde, eis que surge o Zim França, batizado Anagilson, mas prefere o primeiro em homenagem ao seu amigo “chegado”, o Dr. Wagner França, outro integrante da prole de D. Luísa, exigente nos preparos culinários, sal, é o seu tempero preferido. Ao contrário do Ajeita, o falso França chega de mansinho, fala com o recepcionista da casa o Zé Meu, neto do Sousão que virou filho postiço de D. Luisa, que nada responde, senão um gesto com a cabeça ou um leve esboço de riso. Zim passa pela sala se tem alguém cumprimenta, avança rumo à cozinha. - D. Luísa cadê o doce? - Tem não! Senta aí. Daí a pouco ela vem: – toma! Rapaz tu gostas muito de doce. - Ah! Porque seu doce é muito bom. Retruca-a novamente. - Porque então não pede para tua mulher preparar? Doce é fácil de fazer. Esse doce da D. Luísa é mesmo um sucesso, conta a Doceira toda feliz, “recentemente chegou aqui o Simplício[1], Secretário do Flávio Dino: ei D. Luísa vim atrás do seu doce, aí eu disse: só do doce? Não da Senhora também”. Descomposto, corrigiu ele.

Santo Antonio dos Lopes (MA), 28 de maio de 2016.
Crônica.
Por Reginaldo Veríssimo



[1] Trata-se do ex-deputado federal Simplício Araújo, atual Secretário de Estado da Indústria do Maranhão, do Governo Flávio Dino, que em visita ao Povoado Nova Demanda que ajudou a criar, acompanhou Jadiel França e se avistou com D. Luísa.
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domingo, 3 de abril de 2016

Os 100 anos de Dona Zita, a minha avó

Dona Zita e filhos

Boa tarde a todos os amigos e parentes presentes (íntegra da fala enviada ao evento).

Sou Reginaldo um dos primeiros netos da aniversariante maior de hoje, que é a Mãe Zita, como todos os netos a chamam, por motivos outros não pude estar presente pessoalmente, mas por meio de meu amigo e primo Wagner estou podendo entrar aqui na casa de meus tios Raimundinho e Terezinha para saudá-los.

E saúdo a todos em nome de minha mãe Maria José, que também aniversaria nesta data, 03 de abril do ano de 2016, para nós muito especial. Meus parabéns minha mãe lhe desejo muita saúde e felicidades, e que viva tanto quanto a mãe Zita. Trago também o abraço de meu filho Yuri e da minha mulher Denize. Parabéns.

 
Dona Zita

Pois bem, os motivos são muitos, mas o que mais me alegra é poder dividir com vocês a satisfação de celebrar os 100 anos desta guerreira que é a minha avó Zita ou Alzira Vieira dos Santos, como ela gosta de ser chamada. Em alguns momentos, ouvia ela dizer que tinha parentesco com índio, pois alguém dela tinha sido pego a dente de cachorro e descendia de caboclo da Serra da Meruoca.

Lembro muito bem de alguns episódios, por isso me acho um neto de sorte, todos os meus avós foram bons comigo, amo todos eles, e hoje especialmente homenageio a dona Zita, uma exímia contadora de histórias, uma avó divertida, bem-humorada e que sempre fez questão de dar atenção aos netos.

Para a mãe Zita não tinha tempo ruim fazia o bem a quem quer que fosse, rezava de quebranto, mal olhado, erisipela, carne quebrada, osso desconjuntado, arcas e espinhela caídas. Engraçado na reza das arcas ela dizia, chovê aqui meu filho vou medir primeiro, e media. Vixe Maria, mas tá caída de mais, passa de 4 dedos, daí fazia a reza, media de novo e mostrava, olha como já melhorou dois dedos, vá e não esqueça de voltar.

Ah Dona Zita! Você é muito engraçada, nunca botava cara feia, sempre querendo agradar os netos, dava o que tinha e o que não tinha para vê-los felizes. A casa dela era como coração de mãe sempre cabia mais um, até tinha um dizer que falava em São Valentim, mas não me recordo agora.

Quando mais jovem não faltava uma missa, para ela eram sagradas, também gostava de passear conversar com as pessoas, quando encontrava um neto, um filho ou mesmo um conhecido era uma festa, abraçava, dizia uma graça e sorria. E quando lhe tiravam do sério, rodava a baiana, e logo gritava: eu sou Santa Rita atrás de mim ninguém grita.

A minha avó, brincava de roda com as filhas, mamãe falava, e depois com as netas, cantava, ensaiava até uma dança mesmo sem ser dançarina, uma graça. Na culinária, gostava de fazer buxada, cuxá e outros quitutes. Teve tempo que fazia queijo, disto não me lembro, mas me disseram. Um tanto inquieta fazia de tudo, sabão então era com ela mesma.

Fico por aqui, acho que está de bom tamanho, o resto das histórias é com vocês meus tios e tias e até os primos que conviveram com ela mais do que eu. Um abraço a todos, parabéns a mãe Zita, mais saúde e mais vida, afinal de contas não é todo dia que se completa 100 anos de vida. Obrigado, o nosso abraço a todos os tios, primos e os demais presentes.

Reginaldo Veríssimo
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sábado, 19 de março de 2016

Veja os atos pela Democracia pelo Brasil afora

Confira por imagens como foram os atos de ontem 18/03/2016,  as manifestações se espalharam por diversas cidades do Brasil. Os créditos são dos Jornalistas Livres, Mídia NINJA e redes sociais.
Em Fortaleza:


Na terra cearense, são milhares e milhares de pessoas reunidas na Praça das Bandeiras:


No Rio de Janeiro:


Na capital carioca, Leticia Sabatella e Bete Mendes também defendem a democracia na Praça XV:


Em Salvador, milhares também mostram o apoio a democracia, contra a tentativa de golpe e de impeachment da presidente Dilma Rousseff:
  

Nas ruas de Belo Horizonte, Minas Gerais, multidão sai da Praça Afonso Arinos em direção a Praça da Estação:



Os manifestantes de São Paulo foram de transporte público:
  


E na Avenida Paulista contaram com o show de Chico César:


Na República do Paraná, em Curitiba, também há quem discorde de Sergio Moro:


E no Distrito Federal, na Esplanada dos Ministérios: 


Do GGN
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domingo, 13 de março de 2016

Um convite racional ao bom senso por Flávio Dino governador do Estado do Maranhão, veja

Dilma e Flávio Dino

Mudanças impostas à força no Brasil sempre resultaram em grandes desastres. O exemplo mais recente foi o golpe civil-militar de 1964, que prendeu, exilou, perseguiu e torturou brasileiros, sem amparo em regras legais. Ao contrário disso, o Brasil avança quando maiorias são construídas nos marcos do Estado de Direito, mediante diálogos e consensos progressivos, sem rasgar regras constitucionais.

Rasgar princípios e regras, a pretexto de uma luta política momentânea, abre as portas para jogar-nos novamente no imprevisível. A pretendida solução de um impeachment sem base constitucional não seria um ponto final, mas o marco zero de um longo ciclo de vinganças, retaliações e violência política, que arrastaria a economia para uma depressão ainda maior.

Seria um caso único no presidencialismo no Planeta: um Chefe do Poder Executivo ser afastado sem ter pessoalmente cometido qualquer crime no curso do mandato; e afastado sob a liderança de políticos que, eles sim, respondem a processos criminais. Nem Kafka, nem Marx, nem Hegel escreveriam um roteiro tão "criativo".

Chegamos na beira do precipício com uma gravíssima crise política. Recentes ações atabalhoadas de alguns promotores são sintomas institucionais de preocupante descontrole geral, em que tudo pode acontecer. Não teremos um "vencedor" nesta guerra. É preciso que todos os lados envolvidos sentem-se para dialogar tendo à mesa o futuro do país.

Do lado da oposição, é preciso entender que, por maior que seja a ânsia de retornar ao poder, o momento marcado na Constituição para esse debate será outubro de 2018. Do lado do governo, é preciso apresentar uma agenda clara de retomada do crescimento econômico, que supere a crise que vivemos com conseqüências alarmantes para o emprego e qualidade de vida de milhões de brasileiros. Essas soluções não passam por um “ajuste fiscal” que consome metade dos recursos da União com pagamento de juros. É preciso reduzir os juros e retomar programas de crédito direcionado, como o “Minha Casa Minha Vida”.

Fora do mundo político, é preciso que as elites econômicas também assumam a responsabilidade sobre o clima de beligerância criado. Atualmente, a crise só tem servido a bancos, que em meio a uma queda de 3,8% do PIB viram seus lucros crescer 15% chegando à somatória de quase R$ 50 bilhões em lucro – apenas considerando as três maiores empresas privadas do setor. São os seus interesses de manutenção dos juros altos que levam à crise recessiva. Com a recessão instalada, os bancos defendem que é preciso aumentar juros para atender ao "mercado", mantendo o círculo vicioso. Ou seja, querem um Brasil em que somente 1% da população ganha, passando por cima dos interesses e direitos dos demais 99%.

As grandes empresas de mídia do país também devem ter consciência do papel decisivo que desempenham neste momento. A onda de pregações delirantes e boatos sobre intervenção das Forças Armadas mostram a gravidade do quadro. Não vale a pena destruir a democracia por interesses momentâneos. Sempre se deve lembrar que o princípio da ação e reação atua também na história.

Na guerra de todos contra todos, sobressai o mais forte. E com certeza, no mundo em que vivemos, esse não é o interesse do cidadão comum. É preciso retomar o diálogo sério para encontrar soluções aos males que realmente afligem o país, como o subfinanciamento da saúde pública, os casos de Zika, a crise econômica, o desemprego, a mobilidade urbana. Toda forma de corrupção deve ser combatida, mas segundo o devido processo legal, conduzido com serenidade, prudência, sem a paixão pelo espetáculo.

Será vergonhoso para o País chegar a agosto de 2016, na abertura de um evento que celebra a união dos povos, os Jogos Olímpicos, no clima de conflagração interna que vivemos. Só o diálogo pode salvar a Nação de momentos ainda piores.


Do Brasil 247
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