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domingo, 3 de abril de 2016

Os 100 anos de Dona Zita, a minha avó

Dona Zita e filhos

Boa tarde a todos os amigos e parentes presentes (íntegra da fala enviada ao evento).

Sou Reginaldo um dos primeiros netos da aniversariante maior de hoje, que é a Mãe Zita, como todos os netos a chamam, por motivos outros não pude estar presente pessoalmente, mas por meio de meu amigo e primo Wagner estou podendo entrar aqui na casa de meus tios Raimundinho e Terezinha para saudá-los.

E saúdo a todos em nome de minha mãe Maria José, que também aniversaria nesta data, 03 de abril do ano de 2016, para nós muito especial. Meus parabéns minha mãe lhe desejo muita saúde e felicidades, e que viva tanto quanto a mãe Zita. Trago também o abraço de meu filho Yuri e da minha mulher Denize. Parabéns.

 
Dona Zita

Pois bem, os motivos são muitos, mas o que mais me alegra é poder dividir com vocês a satisfação de celebrar os 100 anos desta guerreira que é a minha avó Zita ou Alzira Vieira dos Santos, como ela gosta de ser chamada. Em alguns momentos, ouvia ela dizer que tinha parentesco com índio, pois alguém dela tinha sido pego a dente de cachorro e descendia de caboclo da Serra da Meruoca.

Lembro muito bem de alguns episódios, por isso me acho um neto de sorte, todos os meus avós foram bons comigo, amo todos eles, e hoje especialmente homenageio a dona Zita, uma exímia contadora de histórias, uma avó divertida, bem-humorada e que sempre fez questão de dar atenção aos netos.

Para a mãe Zita não tinha tempo ruim fazia o bem a quem quer que fosse, rezava de quebranto, mal olhado, erisipela, carne quebrada, osso desconjuntado, arcas e espinhela caídas. Engraçado na reza das arcas ela dizia, chovê aqui meu filho vou medir primeiro, e media. Vixe Maria, mas tá caída de mais, passa de 4 dedos, daí fazia a reza, media de novo e mostrava, olha como já melhorou dois dedos, vá e não esqueça de voltar.

Ah Dona Zita! Você é muito engraçada, nunca botava cara feia, sempre querendo agradar os netos, dava o que tinha e o que não tinha para vê-los felizes. A casa dela era como coração de mãe sempre cabia mais um, até tinha um dizer que falava em São Valentim, mas não me recordo agora.

Quando mais jovem não faltava uma missa, para ela eram sagradas, também gostava de passear conversar com as pessoas, quando encontrava um neto, um filho ou mesmo um conhecido era uma festa, abraçava, dizia uma graça e sorria. E quando lhe tiravam do sério, rodava a baiana, e logo gritava: eu sou Santa Rita atrás de mim ninguém grita.

A minha avó, brincava de roda com as filhas, mamãe falava, e depois com as netas, cantava, ensaiava até uma dança mesmo sem ser dançarina, uma graça. Na culinária, gostava de fazer buxada, cuxá e outros quitutes. Teve tempo que fazia queijo, disto não me lembro, mas me disseram. Um tanto inquieta fazia de tudo, sabão então era com ela mesma.

Fico por aqui, acho que está de bom tamanho, o resto das histórias é com vocês meus tios e tias e até os primos que conviveram com ela mais do que eu. Um abraço a todos, parabéns a mãe Zita, mais saúde e mais vida, afinal de contas não é todo dia que se completa 100 anos de vida. Obrigado, o nosso abraço a todos os tios, primos e os demais presentes.

Reginaldo Veríssimo
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